A Pesquisa Científica é a atividade cerne da ciência. É por meio dela que o conhecimento é desenvolvido e, por isso, é um processo constante, permanentemente inacabado (SILVEIRA; CÓRDOBA, 2009).
Para Lehfeld e Barros (1991) a pesquisa é um procedimento sistemático e intensivo, que tem por objetivo a busca por respostas a uma problemática provinda de fatos inseridos em uma determinada realidade. Nessa direção, o conhecimento, por sua vez, foi adquirindo especificidades ao longo da história, relacionadas à sociedade que o conduzia. Sobre isso, Kuhn (1989) teoriza sobre o conhecimento ser um processo intrinsecamente ligado a um grupo e, desse modo, nem sua peculiar eficácia, nem a forma como se desenvolve pode ser compreendida sem ser associado com a natureza dos grupos que o criam e o estruturam.
O exposto por Kuhn (1989) está entre os pressupostos que embasam o conceito de paradigma. Todavia, é essencial compreender que a ciência não é uma estrutura dogmática, pois ela permite contradições, dúvidas e reflexões (BOURDIEU, 1983; SERVA; DIAS; ALPERSTEDT, 2010; FARIA, 2012). A ciência como alicerce do conhecimento assume uma posição dinâmica (SERVA; DIAS; ALPERSTEDT, 2010).
Mas qual é a finalidade da pesquisa? Logicamente, é desenvolver o conhecimento, pois por meio dela buscam-se respostas para questionamentos, que serão comprovados ou refutados a partir da aplicação de um método científico.
É importante lembrar que a pesquisa científica exige cientificidade, rigor e confiabilidade (VIEIRA, 2004) e isso se materializa na conexão entre a construção da problemática, objetivos, fundamentação teórica e análise de resultados.
Entretanto, não basta ao pesquisador apenas pesquisar, pois é preciso que ele divulgue seu trabalho para a sociedade e, nesse sentido, tem-se a busca por periódicos para publicação. Naturalmente, essa publicação exige esforços. Sobre isso, Ferreira (2013) explica que muitos manuscritos, entre outros elementos (cientificidade, rigor e confiabilidade), são rejeitados porque os autores escolhem equivocadamente os periódicos, por isso, é importante observar o escopo editorial e as normas de submissão. Vale destacar, também, que todo trabalho do pesquisador pode ser registrado em plataformas específicas, como: Plataforma Lattes, Orcid, Reserach Gate e Google Acadêmico.
As Plataforma Lattes e o Orcid (Open Researcher and Contributor ID) são currículos eletrônicos que visam apresentar as atividades profissionais e acadêmicas de discentes, docentes e profissionais pesquisadores. Essas informações são armazenadas pelos pesquisadores diretamente por meio do acesso às plataformas, podendo ser alteradas a qualquer tempo por eles.
Para criar ou acessar a Plataforma Lattes, basta acessar Plataforma Lattes e realizar o cadastro ou atualização das informações constantes nele de maneira simples. Já a plataforma Orcid deve ser acessada por meio do link ORCID para registro ou acrescentar informações.
O Research Gate representa uma rede social voltada ao meio científico. Nela, os pesquisadores armazenam produções científicas ou estudos em andamento e compartilham as informações para que outros pesquisadores tenham conhecimento e, quem sabe, possa contribuir de alguma forma. Para acessar, basta navegar no link Research Gate, criar sua conta e divulgar/compartilhar seus trabalhos científicos.
O Google Acadêmico é uma ferramenta de pesquisa que possibilita realizar buscas de trabalhos científicos, disponíveis em bases científicas na rede. O acesso está disponível em Google Acadêmico e a pesquisa é realizada por meio de palavras-chave. No Google Acadêmico é possível ativar notificações para receber trabalhos com temáticas que interessam ao pesquisador e, ainda, ser informado sobre publicações de seus trabalhos e citações.
Referências
BOURDIEU, P. O campo científico. Pierre Bourdieu: sociologia. São Paulo: Ática, 1983.
FARIA, J. H. Dimensões da matriz epistemológica em estudos em Administração: uma proposição. In: Encontro da ANPAD, 2012, Rio de Janeiro. Anais…Rio de Janeiro: ANPAD, 2012. Disponível em: < http://www.anpad.org.br/admin/pdf/2012_EPQ812.pdf>. Acesso em: 20 fev. 2020.
FERREIRA, M. A. S. P. V. A pesquisa e a estruturação do artigo acadêmico em administração. Revista Ibero-Americana de Estratégia, v. 12, n. 2, p. 1, 2013.
KUHN, T. S. The Structure of Scientific Revolutions. Chicago: The University of Chicago Press, 1962.
LEFEHLD, N. A. S.; BARROS, A. J. P. Projeto de pesquisa: propostas metodológicas. Petrópolis/RJ: Vozes, 1991.
SERVA, M.; DIAS, T.; ALPERSTEDT, G. D. Paradigma da complexidade e teoria das organizações: uma reflexão epistemológica. RAE-revista de administração de empresas, v. 50, n. 3, 2010. Disponível em: < http://www.redalyc.org/html/1551/155115775004/>. Acesso em: 20 fev. 2020.
SILVEIRA, D. T.; CÓRDOVA, F. P. A pesquisa científica: Métodos de pesquisa, v. 1, 2009.
VIEIRA, M. M. F. Por uma boa pesquisa (qualitativa) em administração. In: VIEIRA, M. M. F.; ZOUAIN, M. Pesquisa qualitativa em administração. Rio de Janeiro: FGV Editora. 2004.