E-mail [email protected]

Fanpage facebook.com/abpsec

Endereço Rua Tupi, 118 - Pacaembú - São Paulo - SP

A Pesquisa em Secretariado

ABPSEC – Associação Brasileira de Pesquisa em Secretariado > A Pesquisa em Secretariado

A pesquisa científica, em todas as áreas de conhecimento, é necessária para a ampliação do campo de atuação dos profissionais e para a atualização dos conhecimentos, seja no espaço acadêmico, seja no mercado de trabalho (CARMINATTI; SCOPINHO, 2011). Pesquisar a partir de bases científicas permite a amplitude do conhecimento, fato que expande as perspectivas de formação e a versatilidade dos profissionais (ROSSI; MARTINS; MOREIRA, 2017).

No campo do Secretariado, a pesquisa científica é uma das temáticas mais exploradas em manuscritos e trabalhos acadêmicos. Todavia, a falta de reconhecimento pelas instituições que legislam a pesquisa brasileira, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), causa um entrave em termos de avanços para, por exemplo, criação de cursos stricto sensu (mestrado e doutorado) e incentivos de fomento para eventos e pesquisas.

O estudo de Maçaneiro (2012) considerou que há escassez de produções científicas na área. Nesta mesma direção, Nonato (2008, 2009), Biscoli e Bilert (2012), Souza, Galindo e Martins (2015) e Durante e Pontes (2015), concordam que o secretariado carece de pesquisas científicas para se consolidar teoricamente como área de conhecimento específica. Entretanto, atualmente, muito já se avançou e a pesquisa de Souza, Galindo e Martins (2015), apresenta um mapeamento de teses e dissertações dos anos 1999 a 2013, que demonstra a inserção de estudos sobre o Secretariado em outras áreas, visto que não há, no Brasil, um programa stricto sensu específico no campo secretarial.

Nesse contexto, o Secretariado, no campo científico, atualmente está inserido na grande área das Ciências Sociais Aplicadas, que tem como objetivo principal “interferir na vida social de pessoas e organizações, contribuindo assim para a melhoria dos envolvidos nesta comunidade” (SOUZA; GALINDO; MARTINS, 2015, p. 3). Maçaneiro e Kuhl (2013) indicam que os estudos em secretariado têm por objetivo: a) gerar conhecimentos teóricos e práticos sobre a assessoria organizacional; b) aumentar a eficiência e a eficácia de organizações; c) melhorar a qualidade de vida no trabalho; d) auxiliar no desenvolvimento de produtos e serviços com maior valor agregado para a empresa e consumidores; e d) promover o desenvolvimento social.

Entretanto, a pesquisa em secretariado precisa se solidificar (IIZUKA; ALMEIDA, 2014). Dentre os principais desafios estão a ausência de mestrados e doutorados específicos para a área do secretariado e, também, a falta de revistas científicas para divulgação das pesquisas elaboradas (BÍSCOLI; BILERT, 2013). Outra questão a ser considerada é que as produções no campo secretarial ainda se limitam a questões de caráter técnico (SABINO; MARCHELLI, 2009). É preciso, em resposta a este cenário, aprofundar os estudos na área do secretariado para questões voltadas para a epistemologia (análises estruturadas baseadas em métodos), a morfologia (estruturação de conceitos, sistemas e modelos) e teoria (abordagens baseadas em quadros de referência, com base em outras ciências, por exemplo).

Outra dificuldade em termos de desenvolvimento da pesquisa no campo secretarial é a falta de disciplinas na matriz curricular dos cursos de graduação que a estimulem (MAÇANEIRO; KUHL, 2013). O que se observa são currículos transdisciplinares que focam na prática do profissional. Nesse sentido, é essencial que haja uma renovação curricular de modo que faça entender que o secretariado não é apenas uma formação para o mercado, mas uma profissão que contempla profissionais críticos, reflexivos e com competências para lidar com diversos modelos organizacionais e sociais.

É importante destacar, também, que a produção do conhecimento científico encontra estrutura principalmente no nível stricto sensu, nível de formação acadêmica em que a pesquisa é o foco. No entanto, a construção de trabalhos de conclusão de curso de graduação mais estruturados metodologicamente e, principalmente, desenvolvidos com bases científicas, podem significar o primeiro trabalho de um pesquisador, ainda na graduação.

E é nessa direção que a Associação Brasileira de Pesquisa em Secretariado (ABPSEC) atua, tendo por finalidade o desenvolvimento da pesquisa científica na área secretarial, dentro dos princípios da participação democrática, da liberdade e da justiça social. Ou seja, é nosso papel promover a pesquisa científica em secretariado, bem como trabalhar para a sua disseminação. Para isso, contamos com todos os nossos filiados para percorreremos juntos esse universo da cientificidade, que é complexo e dinâmico, mas que também nos proporciona infinitas possibilidades de desenvolvimento teórico-prático, além de pessoal, social e profissional.

Referencias

BÍSCOLI, F. R. V.; BILERT, V. S. S. A evolução do Secretariado Executivo: Caminhos prováveis a partir dos avanços da pesquisa científica e dos embates teóricos e conceituais na área. Revista Expectativa, v. 12, n. 12, jan./dez. 2013.

CARMINATTI, M.; SCOPINHO, R. A. Estudos científicos na área de secretariado. Revista das Faculdades Integradas Claretianas, n. 4, jan./dez., p. 136-148., 2011.

DURANTE, D. G.; PONTES, E. S. Produção Intelectual em Secretariado Executivo: Estudo na Revista de Gestão e Secretariado (GeSec). Revista de Gestão e Secretariado, v. 6, n. 1, p. 23-47, 2015.

IIZUKA, E. S.; ALMEIDA, W. A. G. Produção acadêmica em Secretariado: análise dos artigos da Revista de Gestão e Secretariado – GeSec e da Revista Secretariado Executivo em Revista entre 2005 e 2012. Revista de Gestão e Secretariado, São Paulo, v. 5, n. 3, p. 71-93, set./dez. 2014.

MAÇANEIRO, M. B. A construção da identidade científica em Secretariado Executivo. In: DURANTE, D. G. (org.). Pesquisa em secretariado: cenários, perspectivas e desafios. Passo Fundo: Ed. UPF, 2012.

MAÇANEIRO, B. M.; KUHL, M. R. Estado da arte e o rumo do conhecimento científico em Secretariado Executivo: mapeamento e análise de áreas de pesquisa. Revista de Gestão e Secretariado, v. 4, n. 3, p. 157-188, 2013.

NONATO JÚNIOR, R. Epistemologia do Secretariado Executivo: por uma teoria do conhecimento em Secretariado. In: Congresso Nacional de Secretariado, 16., 2008, Brasília. Anais […]. Brasília: Federação Nacional das Secretárias e Secretários, 2008. P. 1-12. Disponível em:  <http://www.fenassec.com.br/c_artigos_trabalhos_cientificos_xvi_consec.html>. Acesso em: 28 maio 2020.

NONATO JÚNIOR, R. Epistemologia e teoria do conhecimento em Secretariado Executivo: a fundação das ciências da Assessoria. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2009.

ROSSI, E.; MARTINS, C. B.; MOREIRA, K. D. Representatividade do secretariado em programas de pós-graduação stricto sensu por meio do mapeamento de teses e dissertações. Revista Expectativa, v. 16, n. 2, p. 121-143, 2017.

SABINO, R. F.; MARCHELLI, P. S. O debate teórico-metodológico no campo do secretariado: pluralismos e singularidades. Cadernos EBAPE.BR, v. 7, n. 4, p. 607-621, 2009.

SOUZA, E. C. P; GALINDO, A. G.; MARTINS, C. B. A Produção Acadêmico-Científica no Campo do Secretariado: Mapeamento de Dissertações e Teses no Período de 1999 a 2013. Revista de Administração Geral. v. 1, n. 1, p. 154-173, 2015.